quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
A vida do homem é tecida no tear do tempo, conforme um padrão que ele não vê, mas que Deus vê, e seu coração está na lançadeira. De um lado do tear, está a tristeza; do outro, a alegria. E a lançadeira, impelida alternativamente para cada lado, voa para a frente e para trás, carregando a linha, que é branca ou preta, conforme exige o modelo. No fim, quando Deus tira o tecido terminado, e todas as suas cores alternadas forem vistas no seu conjunto, ver-se-á que as cores escuras são tão necessárias à beleza do pano quanto as cores brilhantes.
Henry Ward Beecher
É o tempo
Ouço passar o tempo por teu cabelo,
como seguimos com o pensamento
um dia antigo ou uma melodia.
Especialmente pela primavera.
Ouço correr o tempo no meu sangue,
quando teu nome me perfuma o rosto
como um jasmim contínuo.Quando sinto
a mordida vermelha do verão.
Ouço passar o tempo pelos álamos,
especialmente quando é o outono,
e ando pela ribeira daquela rio
que sabe, amor, o teu nome e sobrenome.
Ouço passar o tempo entre os sonhos,
especialmente quando é o inverno
e o piano, amor, ouve cair a chuva,
cair a tarde, uma pétala, o equecimento.
Eduardo Carranza
Anda o tempo
Olha o tempo, caído nessas pétalas
e evaporado nessas vagas nuvens,
olha-o no olhar e no sorriso
em que os belos rostos se desfolham.
Anda o tempo, anda o tempo, o sem-cessar
com pés de névoa e de silêncio anda
frutas e corações amadurecendo.
Ouve o passo do tempo como pisa
meu coração,as uvas e os sonhos;
ouve o rio do tempo como cruza
terras floridas, jovens comarcas...
Vem, senta-te à direita de minha alma,
à margem do rio do crepúsculo,
e oponhamos ao tempo, ao inimigo ,
a doçura de sermos dois na tarde.
Eduardo Carranza
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